Neste tempo de pandemia em que os lares foram e continuam a ser focos de infeção pelo “covid 19”, nós continuamos vigilantes e a prevenir, por todos os meios ao nosso alcance, que a infeção não nos domine. Graças às mãos estendidas e responsáveis de todas as funcionárias que arduamente trabalham em prol dos nossos utentes, vamos fazendo todo o possível, para que este vírus não entre neste lar.
Neste sentido, cumprindo regras da DGS, tivemos de limitar as visitas aos utentes e tirar-lhes o abraço e os afetos dos seus entes queridos. Dói na alma não estarmos perto deles, mas eles compreendem que a nossa ausência não retira o amor e o carinho que lhes temos. Sublinho, mais uma vez, o esforço e a responsabilidade das nossas colaboradoras que não olham a sacrifícios de horários e até das próprias famílias para que tudo corra dentro da normalidade. Todos sabemos que temos de proteger, saber ouvir, ler diferenças, entender, mas, graças a Deus, a harmonia vai-se fazendo.
Há pouco tempo atrás, tivemos entre nós uma equipa multidisciplinar da Segurança social que nos elogiou pelo nosso trabalho e como lar de referência no distrito de Aveiro.
Em suma, somos uma família, uma casa habitada por 42 utentes e 29 colaboradoras. Entre o ontem, e o hoje, algo de estrutural mudou. As rotinas foram limitadas, a relação e os comportamentos, bem como certas atividades desafiaram a nossa imaginação. O uso de proteção dificultou dinâmicas que obrigam a desafios de espaço e até de tempo. Agora, requer-se outro formato diferente. Entendemos que a maior graça é saber “estar”, “saber “ouvir”e até “tocar”. É esta habitação que vai dando sentido à nossa vida como dom de nós aos outros no improviso do instante. Virão dias melhores e porque, igualmente, habitados pela esperança que é diálogo com o futuro, vamos com fé que o amanhã será melhor.
Como estou a escrever para o Boletim familiar, quero dar uma nota especial sobre os nossos doentes da Sociedade missionária que neste momento estão no lar. O P. Valente Pereira tem feito um excelente trabalho como assistente espiritual. Reza e convida a rezar, tendo iniciativas de ordem pastoral que agradam aos nossos utentes. É uma mais valia dentro da instituição neste momento difícil. O P. Sã, limitado pela idade e pelos diabetes, vai continuando a vida sem deixar de ler e escrever. Anda sempre bem disposto. O P. António Gonçalves, embora com pouca visão, tem uma memória fantástica e é uma enciclopédia em história da Sociedade. O P. Armando Soares, ainda drenado pela operação que fez aos intestinos e pela escara que fez no hospital, mas quase curada, vai apresentando melhoras significativas. É preciso compreender o seu limite, para compreender a sua dor.
A todos os irmãos da Sociedade missionária um feliz Natal e um ano novo cheio das bençãos de Deus e que a Mãe do céu nos proteja neste momento difícil que atravessamos. Que a luz de Belém alumie a nossa noite e que a estrela dos Magos seja o ícone de referência do nosso encontro com Cristo por caminhos insuspeitados dos homens.
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